Raiva,
rancor, ódio. O que faço com isso?
Você é daqueles que quando está com raiva solta vento
pelas narinas, bufa, esbraveja, fica vermelho, xinga, revida, fecha a cara,
“chuta o balde” e destrói tudo o que vê pela frente? Então leia isso e reflita.
Existem sentimentos negativos que se apoderam de nós de
tal forma, que na maioria das vezes perdemos total controle sobre eles, nos
influenciando na maneira de ser, agir e se relacionar. Quando perguntado sobre o motivo destas
reações, com certeza apresentaremos razões mais do que justas e coerentes para
isso. Daremos desculpas das mais diversas, desde, uma injustiça, passando por
um “mal entendido”, desconsideração, mágoa, ressentimento, afronta,
deslealdade, etc, etc. Motivos não vão faltar, e diríamos ainda que todos são muito
justos para nos levar a este comportamento.
Saibam que sentimentos como estes fazem parte da nossa
estrutura emocional. A raiva, por exemplo, em alguns momentos pode até ser
benéfica, pois nos desperta os sentidos para uma necessidade de defesa. Na
medida em que nos vemos atacado por algum inimigo, ela nos permite criar forças
físicas e emocionais para utilizarmos na nossa proteção. Favorece assim a
constituição de algumas reações em nosso organismo nos oferecendo recursos para
correr, lutar ou até mesmo aguçando os sentidos na busca de uma solução para
algo que nos incomoda.
Porém, apesar de ser um comportamento natural e inerente
ao ser humano, sempre que o utilizamos de maneira descontrolada e sem limites,
transformamos o que seria uma ferramenta de defesa em uma arma de destruição.
Pior, não destruição de um provável inimigo, mas destruição de nós mesmos.
Esta raiva impulsiva, mantida em você por um período de
tempo além do necessário se transforma em ódio, influenciando seu comportamento
com atitudes de agressividade que fatalmente lhe trarão consequências. Não somente consequências emocionais, mas
também físicas, afetando-o em todos os sentidos. Lembre-se que estes sentimentos
estão sendo criados em você e a partir daí passando a fazer parte da sua
constituição física e emocional. Envolvendo suas células e órgãos com uma das
mais inferiores energias que um ser humano pode criar, fragilizando-o e
propiciando a instalação de doenças e outros males.
As doenças físicas acontecem na medida em que, células
malformadas presentes em nosso organismo passam a se alimentar desta energia
negativa, propiciando desajustes em nosso sistema imunológico, fragilizando-o e
comprometendo seu funcionamento. A partir daí podemos considerar que o
individuo fica vulnerável, podendo ser acometido desde implicações mais simples
como gripes ou resfriados até as mais complexas, como câncer e outros
distúrbios.
Você pode até achar que este sentimento de rancor ou raiva
é legitimo, pois o fruto desta emoção foi provavelmente uma injustiça que
cometeram contra você. Eu diria que na maioria das vezes é desta forma que você
se justifica. Será mesmo assim?
Então reflita sobre isso. Pense naquilo que lhe compete,
nas atitudes que deixou de tomar, nas exigências que faz em relação ao outro,
na sua falta de tolerância, na sua incompreensão, na sua ausência, na sua
exigência descabida, na sua impaciência, no seu orgulho. Pense em tudo o que
lhe compete e acrescente a isso o mal que traz a você mesmo.
Assim, da próxima vez que se ver envolvido com este
sentimento, reflita sobre o que lhe diz respeito e faça diferente, releve e
siga em frente. Você só tem a ganhar.
SP 27/03/2015
Augusto Amaral Dutra.
Psicólogo Clínico.
Fone (11) 9 9933 5486
e-mail: augustodutra@terra.com.br
facebook – Augusto
Amaral Dutra
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