E o que você fala?
Você é daqueles que gosta de contar um caso, um fato, falar
sobre alguém ou então, usando um termo mais comum: gosta de uma fofoca?
Algumas pessoas até se preocupam com aquilo que vê ou ouve
na TV, no rádio, etc. Tem até mesmo o cuidado em recusar programas que possam trazer
algum vicio ou um mau estímulo, mas por outro lado ficam totalmente descuidados
quando se tornam o próprio divulgador.
Já analisou sobre as consequências criadas por você toda vez
que conta algo, leva adiante um assunto, um relato? Simplesmente fala o que vem
na ideia, solta o verbo sem se preocupar com o resultado daquilo que está
falando ou contando.
Acontece que para toda ação existe uma reação. Se o tema é
bom e construtivo você cria ao seu redor um campo de energia condizente com sua
fala, envolvendo inclusive aqueles que estão a sua volta, favorecendo a
construção de recursos reconfortantes que contribuem para o bem estar e harmonia
de todos.
Mas por outro lado, se esta fala contiver: maledicências,
reclamações exageradas, desânimo, tristeza e outros mais, estarão criando
também energias, porém tão pesadas quanto o tema que está transmitindo.
Desta forma as consequências estarão presentes, causando
muito mais prejuízo a você e aqueles que estão em sua sintonia. Perceba como
seu organismo reage sempre que faz isso e verá quanta alteração ocorre em
momentos como este. Infelizmente ainda não nos damos conta de como isso nos
afeta. Às vezes utilizamos as horas sagradas das refeições para falar mal de
alguém ou reclamar de algo, criando uma sintonia de stress que faz a comida
“descer atravessada”, isto é, com risco até mesmo fazer mal ou então não
permitir que estes momentos sejam mais bem apreciados.
É preciso compreender o provável sentido deste
comportamento, pois talvez você esteja despejando em outra pessoa seus sentimentos
de medo, inveja, ciúme e até mesmo recalques por aquilo que deixa de ter. Neste
momento esta dando vazão aos seus sentimentos mais baixos, e porque não dizer
sórdidos, sem se preocupar com o resultado ou consequências daquilo que fala.
Em situações como esta, a única preocupação em mente é
manter a conversa, chamar a atenção para si mesmo sem se dar conta de que esta
fala contém uma energia que pode ser boa ou ruim e que atinge a todos os
envolvidos no tema.
Pense um pouco mais sobre isso e seja rigoroso com você
mesmo na hora de manter ou estabelecer um diálogo. Avalie se é um tema
construtivo, se contribui para aumentar a esperança, a fé e o sentido de viver,
ou então se simplesmente contém o peso dos seus defeitos e recalques, cujo
objetivo é somente disseminar a discórdia, o desentendimento, sem falar nas
tristezas e contrariedades que podem ser geradas a partir da sua fala.
Da próxima vez que for contar algo, um fato ou tema, procure
estabelecer uma análise tal qual aquela atribuída por alguns a Sócrates, o
filósofo Grego. Segundo conta a história é de sua autoria a sugestão de
verificar antes se o tema que se pretende contar atende os três crivos: Bom,
Útil e Verdadeiro.
Sendo assim, se o que tem a contar não for nem Bom, nem Útil
e nem Verdadeiro, esqueça e mude de assunto.
SP 27/02/2015
Augusto Amaral Dutra.
Psicólogo Clínico.
Fone (11) 9 9933 5486
e-mail: augustodutra@terra.com.br
facebook – Augusto
Amaral Dutra
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