O que você ouve? O que você vê?
A todo instante somos bombardeados por
informações provindas das mais variadas fontes e de inúmeros formatos. Podemos até
mesmo nem questionar se são ou não confiáveis, porém a certeza é que
infelizmente nem todas nos faz bem.
Muitas delas
vêm revestidas com doses exageradas de pessimismo e terror, nos levando a ter
excesso de zelo superando em muito àquilo que se faz necessário, retardando
nossas ações ou até mesmo paralisando-as por completo.
Temos tendência
a dar ouvidos às informações fantasiosas, aquelas recheadas de suspense e
emoção e que em sua maioria vem acompanhada até mesmo de requintes trágicos.
Absorvemos o fato e o relato como sendo uma verdade que nos diz respeito e que
estão diretamente ligados aos nossos objetivos e pior ainda, nossos sonhos.
Pode até ser que algumas destas informações nos dizem respeito, mas de certa
forma nós as colocamos num mesmo cesto e simplesmente a digerimos, sem nenhum
filtro ou reflexão.
Quando liga a
tv, rádio ou internet e se dá o trabalho de ficar atento a estes noticiários
você está retendo um padrão de existência que muitas vezes nem diz respeito a
você, da sua rotina ou mesmo dos seus hábitos. Porém estão repletos de fantasia
e emoção e você acaba se deixando levar, influenciando-se pelo conteúdo e
muitas vezes frustrando suas expectativas e sonhos, pois passa a considerar que
tudo está perdido, que nada mais importa que tudo vai dar errado e que diante
disso, nem adianta tentar. É sentar e esperar o tempo passar.
Mas porque
agimos desta maneira? Por uma infeliz tendência em valorizar o que não é bom,
olhar somente para o lado ruim da história e criar uma fantasia de transtornos
e negatividade como que buscando uma justificativa plausível para o nosso
fracasso.
Ter desculpas
para não executar algo, desculpas pela derrota ou até mesmo pela falta de
vontade parece não ser uma tarefa fácil. Podemos ser fracos, desmotivados, covardes,
ou até mesmo ineficientes, mas esta é a última coisa que queremos que pensem
sobre nós. Podemos até ser exatamente isso, mas tudo faremos para que o outro
não nos veja desta forma, sendo assim, quando a mídia, seja ela qual for, nos
dá motivos para desistir, vemos isso como uma boa desculpa para não fazer. Afinal de contas essa mesma mídia nos mostra
que tudo está perdido, que a violência impera sobre nossas cabeças, que a
economia está repleta de incertezas e que os políticos não merecem nossa
confiança. Aceitando isso, estamos nos munindo de justas justificativas para
nos mantermos inertes, fazendo valer nossas fraquezas, mas sem que sejamos
julgados como tal.
Agindo assim só
temos a perder, pois estamos deixando de acreditar em nós mesmos, nos nossos
sonhos naquilo que poderíamos conseguir se fossemos mais corajosos e
confiantes.
Lógico que não
podemos, a partir daí, nos tornar alienados para as informações que nos chegam,
mas que acima de tudo saibamos separar o documentário informativo do
documentário sensacionalista, aquele que somente quer nos manter ligados e conectados
gerando com isso audiência e aumento de “market share” viabilizando mais
receitas à custa de uma informação que poderia ser muito mais instrutiva e
informativa do que se apresenta.
Fique a vontade
para continuar fazendo suas escolhas, mas acima de tudo mantenha-se crítico e
exigente quanto à veracidade e o resultado que isso traz para sua vida.
Sp 19/01/15
Augusto Amaral Dutra.
Psicólogo Clínico. Fone
(11) 9 9933 5486
e-mail: augustodutra@terra.com.br
facebook – Augusto
Amaral Dutra
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